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2016

E ENTÃO EU GRITO grito para expulsar o que ficou de negativo grito para compensar o tempo que pareceu perdido grito para liberar e deixar-me ir GRITO GRITO AAAAAAAAAAAAAAAH!!! (pontos de exclamação) é simbólico, sem ser mito GRITO BEM ALTO A-C-A-B-O-U! e não acabou comigo. eu tô aqui, nesse grito em outro rito desse berro que fui. . sobrevivi 2016 .
sinto que não há o que falar pois me viciei em escrever as coisas que não pareciam passar e que me fizeram não querer viver hoje estou em Cuiabá amanhã não sei o que um dia volto pra lá onde o coração parou de bater
a depressão é líquida, não tem forma própria. se apropria de um corpo recipiente, se encaixa e às vezes transborda. às vezes evapora.  a depressão é líquida e tem corpo de chão. e fica a mancha, um certo peso, a gente pensa que é o azar de um carimbo pra diferenciação. a depressão varia, em volume e pressão, escapando casualmente por algum furo ou infiltrando o coração. às vezes silenciosa, às vezes não. às vezes em grito, às vezes no colchão. a depressão afoga e não deixa respirar. e quando não se respira o mundo a volta parece que não sabe girar.

o gosto

menina, sei teu gosto pelo visível oposto do teu eu cê gosta da pele canela do cabelo castanho e de sorrisos doce-mel menina, sei teu gosto por essas moças meio capim de alma fresca e livre e olhos verdes ou algo assim menina, eu bem queria que cê gostasse mais de mim desse meu branco fosco e do poema tosco que é para você e fim.
eu quero não sentir medo de ter medo, e realmente achar que amor remonta e vai remontar o que ficou de ti. eu mantive muita coisa, só que não tô sabendo guardar, lidar, expor e impor. olha, eu nunca me vi tão sem saber, e não ache que isso foi graças a você. E é claro que eu guardo, lido, exponho e imponho o desnecessário. não sei o que é preciso. imprecisão é a palavra do momento, e acho que devo-lhe desculpas, mas também as devo a mim, pois não me permito as doses certas e nem as erradas à você.

combinado (às vezes) sai caro

a gente acertou tudo, papel passado, para ninguém ficar mal. pena que o papel é santo e nos limitamos ao final.

história inundada

há um tempo o mundo inteiro parecia ter assumido chuva como um bom sinal. limpeza, recomeço. pu-ri-fi-ca-ção. gota por gota, um alívio, um suspiro, que umedeceria a terra num plano constante de fertilidade e rendimento. os dias bons eram os de altos níveis pluviométricos, com lágrimas esperançosas de um céu azul. mas aí o choro não parou, ficou gotejando sem cansar, enchendo, alagando, trans-bor-dan-do, e a sinalização de sorte virou presságio de morte. dilúvio. a-f-o-g-a-m-e-n-t-o. e nem eu, nem você, sabíamos nadar. o nível foi subindo, subindo e subindo. morri afogada e a água parou antes do seu nariz.

tempo de emoção

das coisas que perdi no meio do caminho, a pontualidade é a que mais tem me feito falta. adio tudo pro limite, para o último segundo. e não é nem que falta tempo, falta um monte de coisa, e o tempo que tá tendo eu não uso pra nada. não quero nada. eu não sei o que quero. tic-tac, tic-tac, eu queria conversar, mas até você eu adiei. tic-tac, tic-tac, vai ver eu deixo tudo assim pra sentir alguma emoção.
lembrei que esqueci e aí esqueci que lembrei não tava a fim não tava em mim morreu. abriu no peito aquele buraco negro e depois de explodir de meio mundo sentir colidiu não ficou nada. acordei do sonho e sonhei acordada estava tudo diferente indiferentemente mudado e era solidão.

ano novo celta

na cabeça, cigarro. nicotina deixando zonza. o estômago embrulhado, meio sem nada, dolorido. os olhos, cansados, de Capitu e ambíguos. a memória, falhando, acho que não foi comigo.

silêncio barulhento

é incômoda essa comodidade de só falar cantando, cumprimentar olhando e debater em silêncio. é um barulho mudo de sons surdos sem o menor sentido e aí você se informa, na implícita norma, e descobre que tá tudo bem. que bom que eu tô bem sem. quem sabe se no próximo ano não evoluiremos para gestos? aprendo LIBRAS por engano e você completa versos.

nós

nós somos as problemáticas, as que morrem de ansiedade, que envelhecem sem ter idade por estresse e conspiração. as loucas, de tédio e dúvida que já nem sabem o que querem por querer o que já não se tem. as dissimuladas que adiam guerra por esperar que tudo se acerte, na facada ou no flerte pra descansar o coração.

a pimentinha

elis foi dos embalos de primeiro amor, numa selecta trilha sonora de (e para os) inesquecíveis. fiz de sua voz um momento presente, deixando-a sujeita ao desaparecimento no meu próprio ouvido caso o mundo conhecido viesse a explodir. quase explodiu e daí toda vez que tocava eu me sentia n-a-u-s-e-a-d-a, bêbada numa corda bamba erguida há meses de altura do passado, bancando a equilibrista pra sobreviver no presente. sobrevivi. vivi. uma lembrança que me deixas louca. deixava. elis continuou exilada, o mar não era uma gota pra secar assim. e então voltou do nada, em dois minutos de fascinação num trailer sobre ela mesma. que bom, elis voltara a pura, num encanto e fascinação de causar arrepios. ela por ela. e eu assim também. https://m.youtube.com/watch?v=x9ALHKzWFT8

just in time

olha só que coincidência! apareceu todo mundo just in time! just before se tornasse estranho, desastroso e estrondoso. just in time. que sorte a nossa, né?
reguei teu jardim com lágrimas salgadas e sorrisos ácidos e fui embora, deixando o tempo passar até que essa terra de nada mais valesse. levei comigo tudo, a enxada, a semente, o regador. só o solo ficou, por ser teu.

não tinha nuvem pra segurar

ferveu. em Celsius, Fahrenheit e Kelvin. ferveu tanto que num pranto assim, desses de inundar, se mostrou volátil e não hesitou em evaporar. ferveu. não tinha mais céu pra segurar. ferveu. nem nuvem pra marca deixar. ferveu. o que prometia fertilidade secou. morreu. tava tão árido que nem sei se doeu.
numa era de bombardeio e overdose em redes sociais, a melhor coisa que eu fiz foi ter dessainado o vosso amor. Assim eu não compartilho tristeza e não permito que curtam a minha solidão.

mayara

Mayara era uma das minhas melhores amigas no começo da infância. Brincávamos muito e conversávamos sobre assuntos que cabem a pessoas-velhas-de-sete-anos. A gente gostava das mesmas coisas, mas de forma diferente: Em Scooby-Doo ela revezava o papel de Salsicha ou Scooby com a Alline (a outra melhor amiga) enquanto eu alimentava a minha donzelice sendo a Daphne. Passamos 3 anos juntas, numa época que ainda não se tem noção de tempo, e então ela teve de se mudar. Foi minha primeira despedida, e rendeu choros em cima de uma foto nossa na formatura do pré. Até os 11 mantivemos o contato-anual, comparecendo a todos os aniversários e brincando com o mesmo fôlego inicial. E então a gente cresceu. Crescer trouxe consigo o desaprender das antigas brincadeiras, as novas vidas e prioridades, os "outros" assuntos e as outras personalidades. De repente, Mayara e eu já não nos conhecíamos e nisso havia uma certa comodidade. Nosso contato seguiu rumo a modernidade, matando a saudade em

esse aqui é desconexo

esse aqui é sobre o choro que sucumbiu no tempo num voluntariado cabresto de quem se viu doer sem solução. é sobre o vazio que se sente, ardente à moda água, que queima por ser nada e hidrata a solidão. esse aqui é sobre as falhas, o que inclui essa minha de querer dançar a alma quando se estagna a sina. é sobre o não existir, da possível improbabilidade, que quanto mais se bate menos se percebe.

poesia vive

o mais bonito de tudo isso, zé, é que a poesia vive, ela não morreu com você. ela tá dolorida, um pouco ácida e um pouco ambígua, mas tá batendo no peito, sobrevivendo. eu que achei que a enterrara junto aos meus fados sobre você, me enganei. ela está despedaçada, um pouco atordoada, mas ao todo tá bem. e o louco disso, zé, sabe o que é? não tô afim de a entregar a mais ninguém (além de mim).

dizem que as flores roxas..

O que faz com que esse jardim, Da garganta a orelha, Tenha flores brotando? Flores roxas por abelhas Que te picam em um mel De sabores e amores. Teu verde não é fel, E o roxo não são dores.
eu não sou uma boa pessoa nem digna de céu nem digna de inferno eu não sou uma pessoa boa gosto das estacas zero dos desmanches, dos planos arquitetados e da fortuna constante meus olhos são venenos a língua, soro com cura, onde vê a alma? nada aqui é coisa pura
eu tô num momento de experiências revolucionárias, de provar o comprovado, conhecer o conhecido e continuar o continuado. experiências desconhecidas. eu tô gritando gritos, arriscando o risco e envelhecendo o velho. experiências novas. tô circulando os círculos, rindo risos e mudando o mudado. experiências imutáveis. tô calando o silêncio, sobrando as sobras e ventando os ventos.

conversa animal

desculpa aí, mas esse bate-papo me soou mais forçado do que jacaré quando ri. foi mais estranho que preguiça impaciente, mais bizarro que rebanho desobediente, mais anacrônico que borboleta querendo casulo, mais destoante que cameleão albino.
eu estava sonhando e sonhei com o dilema. um questionamento dolorido, mas de fundamental importância. amor se desfaz? no sonho eu não consegui falar as três palavras, eu fui embora sentindo falta, mas sabendo que havia acabado.

churrasco

no final a brasa nem ardeu, nem queimou, nem corroeu. eu saí quase ilesa, sobrevivendo novo dia, com alma meio fria e cabeça meio quente. vai ver a vida dá resistência ao calor para quem viveu. eu anoiteci na fornalha, e se alguém morreu não fui eu.

bandeira

ao conquistar território, erguei a bandeira, estampando, em meio a insegurança, o que entender por vitória. hasteai a flâmula para que todos saibam e para que ninguém duvide de suas capacidades e nem ultrapasse seus cercados e requerimentos. ilustrai com pano colorido, de verde shakespeariano, vermelho profano e amarelo nauseado, que és a mais nova potência: embarcando num vício desgastante de falar o desinteressante para ver se aos outros compensa.
pareceu-me, ao fim do dia, que chien errant agora carregava ao peito uma coleira, com identificação de uma vida nem-tão-desamarrada assim.
eu não acredito que alguém nessa Terra carregue na cabeça auréolas, mas tô pra afirmar que todos carregamos alguma coisa e há quem carregue grandes setas de LED, vermelhas, verdes com risquinhos amarelos, na intenção de se afirmar para o resto do Universo. é como se o que cada um tivesse sob a cabeça falasse, um pouco, sobre quem é e o que sente naquele momento. eu acho que tenho carregado uma nuvem cinza que esconde todo um Sol, e acho que tens carregados um título de posse para que ninguém mencione alguma alforria. desnecessário.

Spring Wishes

em respeito aos sons do silêncio transmito ao inverno-momento os desejos de estação: um céu que amanheça azul, um sol que aqueça o corpo nu, a chuva para purificar, o vento para a mágoa levar, nuvens brancas, com paz proteger, um gramado para o tempo correr, árvores, para sombra dar, flores, que perfumem sem perceber, cisnes que enfeitem o ar dessa nova primavera que há de chegar.

Marilyn Monroe

noutra volta da Terra, rebobinando a fita do toca-fitas, quis cantar, talvez a mais simplória das canções, fazendo jus não somente a versão de ouro de Monroe, mas também a toda a vontade que sentia no momento. e cantei. cantarolei no maior intuito de sedução, com aquele desajeito de principiante, mas com tanto gosto que confesso: deve ter sido um sucesso. de certo foi ensaiado, pensado e antes de tamanha apresentação, posto em teste com outras platéias. mas naquele dia era o espetáculo, no íntimo de um mundo que só cabia ao presidente. no devaneio o pijama recém amanhecido era o vestido dourado, e fone, teu ouvido. sei-lá-quantas-luas-depois, o auditório abriu de novo, para sei-lá-que-novas-canções. tocai o velho áudio, como nostalgia de todas as boas coisas já desejadas ao anfitrião.
esse contrato só ilustra a linha tênue entre o que se deseja e o que permeia as (in)decisões. autentica-se para a própria segurança, não pelo outro, mas por receio de si. meu bem, a negação já afirma a possibilidade, e não existe acordo que discorde disso aí. é paradoxal até que alguém interrompa. quem terá a coragem de dizer ao próximo que o que chama de loucura é, na verdade, lucidez?

tem mais coisa aí

eu não entendo contratos e não entendo seus fins. por qual razão se autentica uma certeza se essa já é certa? que confiança é essa que precisa estar descrita (e escrita) para que não seja quebrada? será que os acordos funcionam mais como auto-motivações para manter a palavra? quero dizer, somos tão inseguros ao ponto de fazer um tratado não para ter a parte do outro assegurada, mas para nos asseguraremos de nós mesmos?

carta ao escuro (no feminino)

o meu calar para com a escuridão não é no intuito de a provocar ou de fingir que não existe, é um silêncio que vem como verdade, para condizer, antes de mais nada, com o barulho que fica aqui no peito. o silêncio é a dúvida, não a ignorância. é a falta de desejo, oriunda de cansaço, não de repugnância. se não falo com a escuridão é por algum respeito que me resta: de não desejar o que não se sente, de não insistir no limite, meu e dela, que possa clarear em explosões. o silêncio no escuro nada mais é do que a paciência ao que espero, e não, como dizem as péssimas línguas, a desistência do que foi. uma hora a visão se acostuma com a falta de luz. quem ira julgar os olhos pela demora?
se seguir em frente é perdoar, então eu perdoei. se perdoar é seguir em frente, então me sinto parada. estou em outro dilema, humanidade. outro dilema derivado daquele mesmo assunto. minhas verdades já soam questionáveis. o mesmo vale para meu coração. acho que um não anula o outro: o não existir mais nada não significa que deixei de perdoar, significa que recomecei. é difícil recomeçar quando já se tem um a história. perdoar é esquecer? se nada falo, b, é porque já não faz sentido. talvez nunca tivesse tido sentido em si próprio. e aí eu me enganei, aí eu cometi vossos erros e falhei na minha própria palavra. não acho que é pra ser difícil, mas tá sendo. darei tempo ao tempo, e se me arrepender, depois corro atrás.

companheiro

Não, companheiro, Não vamos embora! Pois já estamos a saber Que um dia, de tanto gritar, Alguém há de responder. É preciso persistência, Esperança, Luta pelo sonho igual. Sonho igual de criança: Longe da dor, da miséria E do mal. Não, companheiro, Não vamos embora! Ainda há muito o que fazer! Nosso grito em uníssono Ainda irá vencer! Que a justiça nos venha, Fazer igualdade florescer, Numa primavera vermelha, Com o povo no poder! Não, companheiro, Não vamos embora! Não podemos temer! Queremos uma nova História, Que todos possam ler.

desgosto

esse teu desgosto explicita-se em minha companhia, estampando pior semblante e congelando-me com fitada fria. depois finge desmancho num universo virtual, para um público seleto que vê tudo, menos mal. é que não é planejado, é teu instinto, natural. política-da-boa-vizinhança: tolera aqui, não no mundo real. já julguei hipocrisia, da mesma que vi em mim. agora não julgo mais nada, a razão é toda sua, só concordei com o fim. que fique então a minha verdade: daqui pra frente eu mesma assumo, começo por dizer que odeio a caridade e não atrapalharei teu rumo. eu não vou porque não quero, mentir não é meu forte. se voltou tão fácil pro zero é porque num teve suporte.

déjà vu

se eu contasse para um eu-passado todo o enredo desse drama, é possível que não acreditasse, que julgasse um exagero. a verdade é que não existem exageros, existem pontos de vista, e até então, isso eu não compreendia. os sentimentos são um fado geral, ninguém escapa. a intensidade porém, é singular, parcial, única. as situações se repetem, numa brincadeira do tempo, que só inverte os papéis. e cada ator interpreta à sua moda, à sua voz e ao seu corpo. aquele mesmo roteiro, em outra temporada. um déjà vu. até que alguém resolve improvisar, decide arriscar e modifica a estória. como lidar com o inesperado? na platéia ninguém sabe que o final não era esse..

carta para a.

carta para a. em algum momento dessa história, depois do corpo queimar inteiro, numa metamorfose à-moda-fênix, a gente vira campo magnético, dos mais fortes e se vê com os pés no chão. não negativamente, a gente ainda sonha, ainda sofre, ainda ri, só que agora sabe onde se encontra e o motivo de estar ali. parece meio bobo, mas é a melhor fixação: essa do eu-em-mim, independente de tantos outros que parecem roubar o chão. o campo atrai e comprova que tudo -TUDO- pode mudar, é opção. os sentimentos ganhos novos significados, e depois disso até a poesia muda a escanção.

respeito

e agora eu penso que talvez o presente (momento e eu) caminhe lado a lado com a falta de noção. talvez, de todos os remédios, não deveria ter cortado a dose de se-man-col. é estranho ao observador? é ousado? maquiavelicamente planejado? uma situação infeliz? se a impressão do público é o que importa quem sou eu sendo assim? dizem que me falta respeito pelo histórico e educação no contemporâneo: apareço do nada e saio da mesma forma, entre uma reforma e uma revolução. mudei remédios e cabeça, o corpo está mais tolerante. mas a quem? quem o droga? quem o acalma? só sei eu e nem entendo. a parcialidade dos sentidos e sentimentos não parece justa, chega a soar cruel. se pedir, eu me retiro, sem questionar os motivos, justiça feita para teu mundo mel.
periodicamente se faz ínfimo e infinito, escorregando no atrito de uma crise existencial. às vezes eu esqueço, adormeço e ignoro, outras, em falta pereço, procuro e memórias afloro.
nessa noite, morena, até a Lua vestiu vermelho queimando a raiva, a ira, o ódio de um azul constante e blasé. não, esse céu não reconhece que a beleza é do teu brilho, ele se acha, se impõe só por ser menino. ah, morena, queime junto à Lua! não deixe que ele se prolongue, que brinque com intensidade tua. o horizonte é um conjunto, não permita que te escondam. se o céu mudar o assunto, ilumine-se até que te respondam.
eu quando fui ela vi no mundo os sinais era a música no rádio a poesia de parede o tarot-já-decorado a chuva de repente parecia conspiração eu respirava e fazia toda a relação eram sonhos de verdade e verdades de ilusão o Universo perseguia numa piada inteira com a mente em tudo eu via o que peito prende
não foi preciso a traição das palavras: eu mesma me traí. e não foi maquiavélico, mas de uma inocência como de criança. eu não tomei nenhuma precaução e afirmei para todos os ventos uma jura que já dói por ser mentira. (na época não era). o sentimento se travestiu de cartomante e me fiz fiel à suas previsões. tolice, faltou-me o básico de sensatez, algo que comprovasse a teoria. trai-me por essa reza, esse clamor de tanta importância. no castanho distante sentia o gosto da saudade. foi uma overdose, um delírio, que me compromete alguma responsabilidade. cativei em mim e agora enraizou no peito. quem diria que o compromisso iria de ser um fardo? eu me importo, guardo alguma honra e há quem diga, muito afeto. não hei de prometer mais zelo algum, essa cautela excessiva puxou o tapete.

piada

essa piada já não tem graça, por mais que a lembrança seja feliz. é que ficou tudo morno com o tempo, aquele morno de almoço preguiçoso no micro-ondas, frio no meio, mas que você come mesmo assim, só para não esperar mais um minuto. a graça da piada não chega nos próximos segundos. às vezes parece que a graça nunca existiu. era só outro prato meio morno, pra alimentar a fome de riso do estômago vazio. estômago vazio e cérebro vadio, tão necessitado de atenção que se sujeita as piores anedotas em busca da mais sutil liberação de serotonina. de nada adianta, o meio quente esfria no meio do consumo. e aí fica chato, e-n-t-e-d-i-a-n-t-e, sem sal. outra piada barata pra ouvir em outra reunião de família.
se a voz do povo for a de Deus então é verdade o que clamam do tempo deixa passar deixa queimar deixa curar cada segundo, cada momento pois é nessa permissão (no "deixa") que se prova o que é vida a inconstante a louca a desvairada a vida sinto que interpretamos mal, esse "deixar" não é indiferente é o oposto é a aposta (e que aposta!) o corpo precisa estar inteiro certeiro em toda a incerteza da situação em que se encontra e dói e alegra e confunde e repete até passar passa o tempo numa verdade sem precedentes que finge não vir para os ansiosos mas vem e passa

cor

ah, mas se você vier perguntar o "pq" de novo vou responder com cores, as poucas que ainda te cabem, ainda mais agora que o colorido está voltando pouco a pouco para mim. "pq" só as damas? "pq" rapazes incluem teu moço, e você bem deveria saber o quanto é tosco o clima que a companhia cria. as cores não sintonizam, vira um preto que mancha a alma. "pq" não vi nas férias? "pq" a chama do vermelho estava meio desregulada, querendo queimar sem rodeios a mais nova namorada.
Em delírio já não sabia Se era Caio ou Machado, A dúvida queimava na testa, Ardendo em suor melado. Na situação ali vista, Não era nenhum dos dois. Parecia-me mais com o Romantismo, Numa fragilidade sem precedentes Que explodia num corpo doente. A febre alimentava memórias (vagamente) perdidas, E por vezes esquecia onde estava. (e com quem..)

renascer

não, não é desistência. não há "vencido" nesse dicionário. o que há é a minha resiliência, desabrochando numa primavera sem fim. depois dela, eu, entendendo um pouco mais de mim. a estação passada congelou o tempo, mas esse derreteu no momento certo, acompanhado de um vento que trouxe a lucidez pra perto. outros verões virão, cada um com seu sol e saudade, aquecendo-me pelo momento, momento de felicidade. e depois virão outonos, pra fazer tudo cair. é que dessas quedas surge o equilíbrio e o desejo de prosseguir. não, nada me foi roubado, a tempestade só acrescentou. o caos traz outros significados, para os acertos e para quem errou. no fim meu eu é grato, por viver começos e fins: da lama nasce a mais bela lótus, das dores renasço enfim.

fênix

dessa angústia de ver-te em cinza é que tiro alimento para minha combustão combustão vermelho-ardente consumindo em tempo incerto o eu que jurava-se certo e acabou morrendo com tamanho calor só pra renascer do pó aquele que corroeu a alma nascer de novo e só com força alva

volátil

volátil um líquido borbulhando todo o corpo num agito irracional volátil frenético até o ápice, numa explosão de confissões volátil expandiu-se para fora, em grito, em choro, até cansar o impulso volátil desvairando-se com a alma roubada, mundo afora, para nunca mais voltar surpreendentemente volátil

cristalização

No escuro até parecia, dava um aperto, um déjà vu. Era a forma, sombra e cabelo, movendo-se freneticamente enquanto tocava "Tempo Perdido". As luzes acenderam, quebrando aquela miragem: era outro que já não reconhecia. Amargou-me a alma ver a metamorfose: antes um cometa de brilhante movimento, agora apenas rocha, dura e perdida no tempo. "O menino faz o homem", será que tornaste pedra? Sentido faz, pois lava foi nesse Universo, daquelas que alimentam o interior, com rios infernais cheios de prazer e pecado traiçoeiro, correndo por parecer nunca endurecer. Não demorou muito para esfriar, fazendo-se escudo, sem nenhuma emoção.
Todos os poetas que vieram antes tiveram sorte, agora já não posso negar. Suas feridas só eram escancaradas com a proximidade, curta distância, campo de visão. Era mais fácil fugir da dor, mais fácil esconder até o peito cicatrizar: Evite alguns locais, jogue fora as poucas fotos, queime presentes. Nenhum amigo vai comentar. Mas a sorte também segue a lei dos fins, e acaba. Acabou comigo. Nesse azar da contemporaneidade não há escape: Tá tudo registrado, escancarado, aberto mesmo com toda a distância. Eu tentei a moda antiga, juro, já não vou aos locais e me desfiz dos poucos feitos, mas os amigos notam e comentam. Já não encontro com eles, não aguento. Aderir aos tempos modernos é o fado, não há muito o que ser feito.  Ah, fado irônico, de todas as imagens que poderia expor, expõe justo a minha cara sorrindo num passado que fazia sentido e parecia não ter fim. Tudo tem, e a sorte já teve.

nutrição

eu me sinto enjoada, da pior forma que se pode ficar, com tudo isso. meio verde, meio bege, meio meio. é falta de nutriente, excesso de gordura, falta tua, excesso de saudade. é, eu tô meio doente. meio. a cabeça dói, o peito lateja, a perna trava, o nariz não funciona e a garganta engasga. culpa minha. culpa não, responsabilidade. eu que achei que poderia me afundar em todas as massas sem muito pensar. o que há de errado num prato de espaguete? e-s-p-a-g-u-e-t-e. é que não foi um, foram vários. não só espaguete, mas pizza, nhoque, canelone. tudo que oferecesse. e eu comi, sem muito pestanejar. a consequência não tardou, meu sangue está estragado. eu me deliciei em êxtase e ignorei todo o resto. tô fadada a dieta agora, num extremismo anti-tudo-que-vira-açúcar-e-adoça-a-vida. um amor fatal esse meu por comida. sinceramente, só me comprometi à dieta-restritiva pelo risco: se eu não deixar de lado é a minha cabeça que para, meus miolos que apodrecem. e que mal seria para meu ego perder a
perdoe os meu olhos verdes (à la Shakespeare), o fenótipo é tão refém do sentimento como a corda que sufoca a garganta. estou imobilizada nessa luta, não por querer, mas por assim me ser dada a condição. não posso sair na rua, gritar a verdade, nesse vermelho que queima. eu pouco sei, mas quem sabe o suficiente? é insensato quando vindo de mim?

garrafa

a minha fuga, companheiros, é a maior prova do não saber lidar. não quero que pensem o contrário, não é uma reciclagem que lhes garante novos valores. é fragilidade. medo de explodir, queimando o que é que ainda possa ser feito com esses materias. reconheço a inutilidade: um alcoólico em tratamento não deve fugir da garrafa, mas sim ter consciência de sua existência e saber os limites do convívio. eu fujo dessa garrafa cheia de mensagens justamente por não saber o quão infinito é o que nela se encontra. tonta. embriagada. não se pode caminhar em linha reta assim. serpenteia o que existe aqui entre angústia e afeto. raiva e compreensão. se a garrafa fosse minha, já estarias sóbrio dessa canção.
e no impulso de ser a primeira, a chama que queima a si mesma, verei evaporar esse sentimento líquido, tão fácil de ir e vir. não serei eu quem desistirá, isso cabe aos que assim vivem: abandonam o barco na primeira tempestade, não arriscam segundas partidas. ainda há o que ser feito, essa realidade não é sina de ninguém. mas lutar com quem? e por quem? o que alimenta esse perigo? no fogo ardente as coisas mudam, até inimigos viram amigos. qual o preço? o quanto me consome a batalha? não importa! a guerra está aí, assumam suas posições!

caio fernando

A verdade é que eu me encontro num processo de constante confusão. Às vezes parece que está tudo bem de novo, às vezes eu caio de novo no poço. A linha que separa um sentimento do outro? Casualmente uma canção, uma foto, um poema. É tudo tão frágil. Eu nunca me vi tão frágil, e acreditem, donzelice cansa. Eu começo aceitar que nada vai ser como antes, todo e qualquer passado está para ser cremado no momento em que eu esquecer. Como esquecer? Já provei de todos os líquidos em busca de solução. É tudo muito raso, muito rápido, muito impessoal. Nada do que quero (essa é uma das únicas certezas que tenho). Não consigo me adaptar à esse tempo, de carícias pré-fabricadas perdidas na escuridão de uma festa só. Eu quero me sentir amada, mas até onde isso depende de mim? Eu sinto muito por estar essa zorra, mas não é mais por vocês que eu sinto. Caio Fernando é quem melhor me entende.

medo

Fora a solidão, A chuva fora de estação, O vento balançado o telhado, A falta daquele afago E a poesia limitada, Não há o que temer. Nem no princípio, nem no fim.

Estória para boi dormir (ou falácia)

Era uma vez, Um universo Onde reinava o mérito E tudo que se almejasse Era possível com esforço. Ah, que mundo justo! Onde quem quer sempre pode! Para tudo há recompensa! Não é questão de sorte.. Nem mesmo para o pobre coitado, Esse nunca se esforça! É um vagabundo nato, Não quer trabalhar, Por isso não vive direito.. "as oportunidades estão aí, tudo igual para todos"

rei

Incoerência tá virando segundo nome Planejo o silêncio Mas na hora a voz escapa Às vezes com sorrisos Às vezes com atritos Tu tá brincando comigo Mas eu já cresci demais para brincar Você pode até ser o rei do parquinho Mas acredite Eu saí de lá

Pêsames

Espero que um dia alguém explique o motivo para tantos eufemismos quando se trata de término. A pessoa vai sofrer do mesmo jeito, então por qual razão não falar logo a verdade? Vestir pele de cordeiro é a pior coisa que você pode fazer para que ela siga em frente. Diga logo que cansou! Que está apaixonado por outro alguém! Fale o que tiver que falar, pois se não o fizer a dor se prolonga e a chance de tudo desabar, para qualquer uma das partes, aumenta. Não sei se você poderia ter me dito a verdade, pois nem sei isso verdade era no momento. Eu não sei o que sinto agora, entre tantos caos e afins. Eu juro que tentei levar na boa, tentar ficar amigos sem nenhum rancor. Perda de tempo, eu só adiei toda uma raiva que poderia ter sido explícita meses atrás. Só prolonguei um sofrimento que atinge a ninguém além de mim. Tudo pra ficar bem, pra sentir que apesar de tudo o que pode acontecer, as coisas reais permanecem. Tá aí uma mentira. Mentira tua! Que desapareceu e reapareceu quando assi

sistema solar

Eu, do planeta vermelho, Te observo com meu telescópio: Entre estrelas do Universo, Girando ao seu próprio modo. Não estás sós: A Lua te acompanha. Sempre próxima à te aconselhar, Como uma boa amante... Tu sorris para ela Com seu encanto, Terra, E me deixas só. Nesse Sistema, Sou apenas um observador.

fogo

Queima enquanto escorre, a lava em meu rosto. Por fora, gente de carne e osso; por dentro, fogo ardente e luminoso. Extravasa do peito, contemplando o corpo inteiro. Que medo, alguém vai se machucar! O vermelho do sangue não é coincidência. Quanta intensidade.

dia 13

Eu, que nunca fui devota de santo nenhum, me vi de joelhos pedindo por Paz. Não era pela Paz mundial, por um mundo alvo: era um branco egoísta que pedia, que acalmasse a mim. Fui buscar algum conselho, algum consolo ou sinal. Sofri. Pedi ao Céu uma resposta para dilema de duas soluções, mas e se eu estiver enganada? Se houver outro caminho? Oh, Pai! Por qual razão demoras? Dai um fim à esse sofrimento! Meu coração é acelerado e já não aguenta essa dor. Pai, apague-o! Ou transforme a situação! Já estou ficando sem Fé! Nesse campo não há proteção! Eu pedi a paz de uma rosa branca, mas eu queimo em vermelho! Arde em mim o sentimento. Será que morro ao final ou renasço das cinzas? Pai, acelere a combustão! De prolongada já me basta a vida, desequilibrada, louca, ferida: mesmos adjetivos que eu. Desequilibrada no percurso, louca na persistência, ferida na saudade. Tem dias que volto ao poço, onde ninguém vê.
eu achava que a falta era de sol, mas agora vejo que era do mormaço: o modelo nunca deveria ter sido heliocêntrico, mas foi. está frio, mas ainda há sol sem nenhum efeito era calor, menino

Sobre a mulher e o esporte

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Nunca fui adepta aos esportes, sempre fugi de bolas e arremessos e assumo, com pouquíssima vergonha, que eu levo uma vida bastante sedentária. Assim sendo, acompanho raramente uma partida de vôlei e é bem improvável que me encontrem assistindo finais de campeonatos futebolísticos: não sinto o encantamento do espetáculo. Dessa forma, quando recebi o convite para um evento com tema " a mulher no esporte ", fiquei curiosa, claro, mas não me vi representada no assunto. E é aí que se encontrava o ponto-chave daquela tarde. Em tom descontraído, Juca Kfouri contou a mim e a plateia presente, de alunos e professores, relatos que pontuaram o esporte como uma questão que não abrange somente saúde e lazer, mas que também carrega consigo representações de pensamentos presentes na nossa sociedade. Introduzindo o atual cenário esportivo como um ambiente que se preocupa majoritariamente                                         com " fazer campeões ", ele ressaltou a importânc

consequência

não fostes tu quem concordastes que para toda ação há reação? então agora lide com isso! lide com o que chamas de ingratidão! foi virtuoso no encerramento, e por isso guardei algum respeito. mas até isso chegou ao fim, tu cansastes de ser bom assim. agora se afasta e me coroa como tola: para tudo estou errada, em nada sou boa! faz-me rir, menino, não pode ser verdade! foste assim, tu não voltavas quando sente necessidade.. entedia-me nesse jogo, tu não aprende as consequências! se escolhes excluir-me do mundo, não pode contar com minhas sentenças. -------- assim, projeta-se imundo tão humano quanto eu, se te julgueis perfeito, hoje vejo o erro meu.
parece embriaguez, mas é só saudade numa masmorra de medo de virar bobagem você escolheu e quer dizer que tem pena "ela se perdeu, sucumbiu ao próprio poema" não sei se me explico bem, característica da tolice, para ti já não sou quem, não vale nada do que disse

hoje

E como em todo beijo A gente fecha os olhos Evitando o choque do momento Que é encantado demais Para se ver. A mente grava os doces gestos, Os carinhos e o arrepiar, Um conjunto empírico Oriundo de amar. Hoje eu fechei meus olhos, Para o mundo ignorar, Entre pausas de prazer E sorrisos a entregar. O beijo amado dói, Já não sou eu a te encantar.

indesviável

é inevitável a perseguição do destino escancarando aquilo que dói a verdade é que o fado teve alguma piedade e mostrou pouco ao menos dessa vez devo eu agradecer por poupar maior sofrimento? até quando assim planeja? surpreenderá em que momento? só é mais um retrato uma foto daquele fim não há ninguém rindo quanta sorte para mim

these are the songs I wanna sing

estranho mesmo foi o dia de hoje: 5:40 da manhã, ligo o rádio: tim e eu? pensei até em me mudar parecia perseguição no final, interpretei como um sinal: não poderia ser coincidência logo no 1 dia depois do prazo amanhecer dizendo que gostAVA tanto de você já é hora do pretérito? these are The songs I wanna sing

Chien errant II

A alma livre Procurava companhia, Mas se perdera Entre bandos e matilhas. Num passo perplexo, Quase sem nexo, Oriundo de sua própria danação . O que fizera o cão Para viver assim? Foi o medo da solidão? Foi o medo de mim? Será que fora mal cuidado? Agora está perdido, Latindo para qualquer lado E abanando o rabo Quando o assunto convém. A quem ele é fiel? Certamente a nenhuma coleira, Pois, todos sabem, A única coisa certeira É que ele não troca liberdade Por nenhuma parceira.

cazuza

Eu menti para mim por muito tempo, tentando te desvincular de qualquer culpa, mesmo que parcial, mas eu cansei, Zé. Estou exausta desse pesadelo de não saber o que fazer e fingir que está tudo indo bem. Não tá tudo bem, só alguns algos melhoraram, o resto continua como deixamos. Hoje eu bebi, sorri e dancei, pra ficar feliz por mim e para esquecer o que me incomoda. E como incomoda! Se sentisses 1/3 dessa agonia, é certo que interromperia, pois você não aguenta, Zé! Você não aguenta! E por mais que o horror de agora não descarte qualquer belo passado, não sei se consigo te perdoar por brincar assim. Primeiro com ela, depois comigo. Sei que não foi em nenhum momento maquiavélico, sei também que as intenções eram as melhores, mas de boas intenções o inferno está farto. E eu também. Hoje, entre meus risos e quedas, foi ela o apoio e ajuda. Estar ali com um abraço foi um alívio! Há bastante tempo já não a tinha como tive hoje, e dói muito pensar que amanhã já não será assim. A falta d

cara séria

Ver tua cara séria, Sob outros olhos, Me lembrou o quanto Seu sorriso faz falta. Por isso eu explico as piadas, As histórias e cantadas Que não eram para te pertencer. E nesse exato instante, De lágrimas mais secas, Volto a escrever O que sinto (sentia???) por você. O amargo desse vinho Só acompanha minha loucura Pois se a alma era pura Tu fostes lá e tingira De vermelho sangue, Pulsando na agonia.
então suma com alguma de suas paixões mas ao menos assuma vossas irritações Moça, eu sinto muito por não estar sentindo nada nada diferente nada contente

p a l a v r ã o

confissão o cacete aqui fica em baixo calão quero que exploda toda aquela escansão não fui capaz o caralho quem tentou fui eu se não quis o que resta não foi tu quem se fodeu odeio tais sujas palavras e nesse segundo repulsa tenho de você e de todos (exceto meus pequenos amores) então, faça me o favor, desapareça com o universo pois não quero em nenhum verso aquilo que não for meu sinto muito tu também mas a quem essa história convém? indiferença? porra nenhuma não sou eu quem some assim está lamentando a falta? pois bem, dói em mim ao inferno tudo isso se ao fim eu não aguentar estou pra aceitar o egoismo de agora mais me amar
que fique aqui a minha confissão: aquele mantra já virou oração perdoai a mim também não mereço o coração e pode doer eu resisto, não em vão devo eu me dedicar a paz em solidão?
dia de sorte é aquele em que a morte não está te esperando no vagão vazio do trem pois não há maior tentação do que correr para dentro quando há um assento te esperando

drama queen

you are reading the dramatic story of a girl who fell in love with a boy who was not in love with her she send him a letter and suddenly they were together but once she asked for attention he said it was enough "I don't see you as I used to" "I am facing a new routine" then he found himself in love with someone else and now she is falling in pieces the lack of him hurts as hell at least he is fine
é estranho esse vazio que enche o coração como pode tamanho frio ainda aquecer a emoção escondo-me explicitamente de maldito sentimento mostrando implicitamente as tormentas do momento foste embora e cá eu fiquei sonhando com um agora diferente do que sei felicidade dolorosa foi esta que me deu agora sei que só vivo morrendo querendo para mim o que é seu a escuridão me ilumina teu gelo me derrete não sei o que faço com quem se compete? se o corpo distancia a alma continua perto vivendo a agonia de um destino já certo não há volta, querido, ao menos na realidade pois em meus devaneios estamos em mocidade vivendo e perdendo toda a nossa sanidade em abraços e beijos donos de intimidade. cavei minha cova depois de tua escolha preciso renascer e fazer da história boa

A m a r t e

Amar-te em Marte Quando tu está em Vênus É obrigar a arte A ser o que escondemos O que eu escondo? Meu vermelho não é suficiente Entre nós tudo é carente E em mim não há solução Seu calor de mim está distante Nada foi o bastante E tudo parece em vão Amar-te em Marte É controlar meu impulso Pois só quero ver-te bem

something

Projetei ao som de Beatles O que seria o final Daquele capítulo Que nem começara Fazia frio E pela garganta escorria Gelo e limão Pra acompanhar a agonia E então não me contive Expressei-me confessando Quem era o rapaz Que andava me tentando A história de longe foi Bem mais forte que a bebida Mas desde o princípio Eu já sabia Que algo naquela forma de ser Iria me prender Will my love grow? I don't know I don't know

libertar-me

já é o tempo de libertar-me das boas lembranças beijos e risadas já fazem 2 meses já não existe nada todas aqueles esperanças pra que? isso me corrói isso é morrer eu preciso aceitar que já não existe você

Carta-poesia (epifania)

Nunca foste meu, rapaz, Nem por um segundo, Pois minha plenitude Não cabia no teu mundo. Mesmo assim eu sucumbi, Deixe-me o sorriso, Os beijos e arrepios. E tu, algo sentiu? Foste embora por medo? Teme o fim de vossa liberdade? TOLICE TUA! Não cometeria tal maldade! Que beleza tem um pássaro Quando preso a uma gaiola? Eras livre, AINDA É! Voas pelo mundo afora. Só queria voar contigo, Nem isso posso agora. Eu que me via tua Agora sofro só, Pois ninguém compreende Que em mim tu deu um nó. Tire-o daqui! Deixa-me partir como tu fizeste! Meu coração é tolo, Zé! ELE TE GUARDA EM PRECE! Sufoca e transborda o que sinto por ti Mas já estou cansada, TU NÃO ESTÁS AQUI! Não compartilho mais teus abraços, Teu suor e perdição. Eu perdi todos os laços E minha pouca razão. Se em ti me senti mulher, Que culpa tenho? Foste o melhor dos amigos, Para quem valia toda a canção. Em ti valia o puro eu E toda a emoção. Dizem que já não mereces Que eu sinta algo assim, M

Imprevistos

Imprevisto foi aquela primeira confissão, Seguida de simples verso Que sonhava com teu coração. Imprevisto foi o começo, Tímido e sem jeito, Que para ti sempre sorria. Imprevisto foi tempo, A virada docemente recebida No calor dos teus beijos. Imprevisto foi o mar, Com suas ondas de toque, Mergulhando no meu ser. Imprevisto foi o afeto Se distanciando, E aqui agonizando. Imprevisto foi tua partida, De certo consentida, Que me afundou em saudades. Imprevisto foi essa tua escolha, Que brincou comigo No jogo da decepção. Imprevisto é o dia Que tu irá sumir, Quem sabe nesse momento Eu venha sucumbir.

amanhã

e em vários sentidos eu temo o amanhã temo por não saber se o suportarei temo por depois pensar que errei temo por não ter a escolha que quero temo por não ser tão sincero temo pela saudade tatuada no meu rosto temo pela perda que pode vir do gosto temo por fazer infeliz
queria que soubesseso quanto o sinto e nesse sentir saudade eu já nem minto juventude apaixonada o coração encantado sabendo que de nada adianta esta a dor fadado

menino chuva

foi-se embora naquela terça e levou contigo toda a chuva aquelas são as últimas gotas que me lembro pingos de saudade escorrendo agora meu coração é guarda-chuva não faz nenhum sentido sem você ali para refrescar

primeiros versos

Já decidi Te ocultar em poesia Pois meu sentimento Ao mundo heresia é Faço de ti subliminar Aos primeiros versos Pois não cabe a mim amar Sem ter-te por perto
aos céus peço arranque-o de mim pois enquanto aqui houver ele haverá sofrimento e essa dor merece um fim ah, como eu lamento por não ser o suficiente e por não conseguir abandonar esse presente preso a um triângulo fruto do eu carente perdoai-me, queridos, não é nada proposital vê-los reféns é o grande mal nos ver fragmentados como meu próprio coração faz me querer o voltar no tempo para que nada seja em vão como queres estar comigo se meu eu quer diferente? acham mesmo que consigo lidar com isso e a gente? e quanto a saudade? as vontades reprimidas? o que farei com a proximidade que não pode ser vivida?
Minha cabeça tá tão cheia de coisas que nem sei o que escrever

acordada

a mente não permite que o corpo repouse pois está a trabalhar refletindo e pensando no que será dito no que será esquecido quando chegar a hora por favor, permita-me ir embora como é que aguentarei tamanho coração? de que vale essa minha emoção? tortura perder dois mais vale perder o que já teve ou nunca ter? o que você quer fazer? minha alma teme que assim seja e por isso o fim quem mandou gostar de quem não gosta de mim? pior do que isto só o saber que mais alguém querido sente-se assim por você pra quê?
como é que eu faço pra voltar se eu não consigo aguentar ouvir teu nome parece incessante é torturante achar que consegue o mundo levantar e de repente perceber que aqui você não está nem para ajudar se sentisses a falta que sinto não seria capaz de para tudo dizer que tanto faz

sonho

essa noite sonhei com o que está por vir aquela conversa que já não tem o que definir pois o que está feito não se muda o que é seu não cabe a mim das palavras nada espero além de declaração do fim em meio peito desaparecimento de dois que de fato importam procurados antes não mais depois pois agora já não voltam em sonho nada ia muito bem expectativa da realidade em sonho havia saudade aqui também
O essencial é invisível aos olhos E por isso meu amor irá desaparecer Tornara-se transparente Ficando somente dentro da mente De quem o quiser conter

Rosa

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Fez de mim flor Que desabrochou Com todo teu amor Perfumando o universo Em muitos versos Que declaravam Carinho por ti Ao fim daquela estação Voou para longe Já era verão E levou, para outro mundo, O brilho do Sol Que só existia Por você estar ali Deixou-me falando de mudanças De carinhos e lembranças Que não se pode esquecer. Aguardei teu retorno Crente que virias Ou que ao menos Pensavas em mim Passaram-se várias translações E em órbita só eu. Perdi as pétalas Por tristeza e saudade Será que não me encontrara E se perdera em outros planetas?

posição

Aprendi com quem mais vivia o presente a não esquecer do futuro Não te culp por ter ido embora Quando achavas que era a hora  Mas me culpo por não ter preparado Meu próprio coração para sua partida  Já era de se esperar que fosse assim Eu sofrendo em meio ao fim Pois só sofre com o fim quem ainda está no meio Eu sempre estive no meio, não há muito o que contestar.

The most important text I wrote (until now)

Apaixonei-me por um garoto incrível que está apaixonado por uma garota incrível. O fado é mesmo melancólico, e se explorado pode ser descoberto um tanto mais problemático do que já aparenta ser. Sentir em tamanha intensidade o que eu sinto pelo meu tão considerado melhor amigo, mesmo que tal classificação não se aplique exatamente ao momento, é lindo, mas também devastador.  Quando se sente isso é quase impossível não lutar contra os afastamentos, os cortes de assunto e a mudança de comportamento: em um dia há confiança o suficiente para contar um com o outro, no outro o único sustento é superficial, assuntos de elevador. Essa ruptura é capaz de dissipar as energias dos mais bravos guerreiros, de esmagar os maiores corações. Ninguém quer se separar de quem gosta. E então, por forças maiores, a gente aceita que o outro está melhor sem nós, mesmo morrendo de saudades das conversas, dos beijos, risadas e abraços. Não é um processo fácil, parece que a pessoa está em tudo o que fazemos

Todos em órbita, menos eu

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Outside

Dizer que estou me colocando para fora é fácil Não é nessa pele que vocês habitam Estou de fora por não saber o que fazer Com quem viver E como viver comigo EU preciso de tempo De um luto por amigo Mas a verdade é que eu já estava de fora, Vide o que foi feito Outsider Estava por fora por não ter tido conversa Antes de qualquer ação Estava por fora por todos cantarem E eu não saber a canção Antes disso, estava por fora por Guardar sabe-se quem no coração Tudo em vão
como é que você aguenta a existência do seu ser? esse homem de coração robótico que não sabe o que quer acaba ali começa aqui acaba aqui (re)começa ali essa tua indecisão está destruindo pilares e os lugares em que todos encontravam prazer você não ligou antes e nem deu as caras agora fez com ela e fez comigo e de novo foi embora esse poema é sobre o defeito enraizado no teu peito que eu tanto amei onde dormi e sonhei será que sou tola em admirar depois de todo isso e as qualidades na frente colocar mesmo já perdendo o juízo não lhes julgo por gostar olhem para si, faz todo sentido mas o que lhes fez pensar que o bom seria fingir ser amigo? eu não quero sentir falta eu me sinto um lixo desejo-lhes todo o bem infelizmente, não contem comigo
romantizei você e toda a sua fuga teu cheiro teu andar tua forma de falar romantizei você até machucar e me deixar perdida e sem ter com quem falar romantizei você para ela numa explosão de confissões cessada por seus atos que me fazem pensar não há sentido em confiar em se entregar se o meu melhor não consegue imagine o resto eu estava certa e você negou falhou comigo em palavra e acredite isso é o que mata

quem

primeiro você se aproxima, para depois se entediar depois você machuca, para depois pedir desculpas ah, queria poder voltar o tempo para os bons e velhos dias sem nenhum estresse primeiro você fala, depois faz a diferença entre um culpado e um responsável? O último assume verdadeiramente gostar é uma coisa, ir lá e fazer é outra não se escolhe quem gosta, mas escolhe estar junto quem eu quero junto?
Hoje acordei sem lembrar se vivi ou se sonhei, alguns segundos me forsm necessarios para assimilar a realidade.. Enganei-me em não confiar nos meus sentidos, que já diziam a um certo tempo o que estava por vir. O processo de perder o amigo já estava acontecendo, apesar dos esforços para que não. A mão que me puxava era do mesmo corpo que me empurrava, consciente ou não. A verdade é que eu achava que algumas coisas podiam sim ser ultrapassadas: a barreira do toque estranho, da conversa silenciosa e do olhar sem graça. Você sabe o que dizem: "nada melhor do algo novo para superar algo antigo". Que bom que funcionou contigo, pois comigo isso não teve vez. Passei semanas dizendo a falta que fazia, torturando a ela sem perceber. Por qual razão nenhum dos dois assumiu antes? Foram tantas as chances! AS OPORTUNIDADES! E agora não tem ninguém comigo, de novo. Sou eu quem errou, eu quem não se desapaixonou, eu quem permitiu tal dor.. É errado amar? É errado lutar? É errado tentar?
Não culpo ninguém por sentir. Eu senti, ele sentiu, ela sentiu. Um ciclo. Ninguém é bom ou ruim por gostar ou não do outro. Não há espaço para moralismos no que é sentimental. Reconheço, entretanto, algumas responsabilidades. Quem é o maior responsável por eu estar mal? EU quem interferiu, EU quem se permitiu, EU que não confiei no intuito. Sabia já tinha certo tempo, mas prometi a mim boa fé e confiança, em nome das lembranças e risadas. FARSA. Cá estou, depois de uma melhora, de novo no poço, impotente e sem conseguir respirar. Tudo isso, amigos, por muito amar. Nada no mundo é ao todo recíproco, vide paixões e cuidados. Vide meu coração quebrado. Faz mais de um mês, atrapalhou meus 16, e me fez querer por a vida de lado. Todos sabiam, não cabia a mim. Todos escondidos e eu assim. Agradeço todo o apoio, e peço perdão por não ser suficiente. Ao contrário de tal ato, isso aqui não é consciente. Amem-se e dane-se o mundo e a mim. Ninguém merece meus desesperos, e eu não meus
Peço desculpas Às Claras, Amandas e Marrôs, Nenhuma delas deveria passar o dia Ouvindo lamentos de quem está só Peço perdão às MaClas e Vitorias Por todas as lágrimas nos trens Perdoai-me, amigos, Por minha visão embaçada Tentaram-me avisar que estava errada Só eu não vi Desculpa, Anatashas, Por não poder ser modelo Heloisas, Allines e Saras, Desculpe só ter um assunto

surpresa

Hoje eu ri Sem nenhuma culpa Da forma que deve ser E quase a te esquecer Dei ao mundo um sorriso Que mudou o dia E me fez pensar Que as coisas passam Só precisam de companhia Entreguei me as gargalhadas Sem deixar de sentir saudade Só que hoje eu lembrei de outras coisas amadas E viver tive vontade

2 de fevereiro

Madrugada, acompanhada de pouca luz e som. A TV está ligada numa mera coincidência, o filme também se passa em 2 de Fevereiro. Risos aqui, risos lá. Acolho-me em teus braços. Coração acelerado. Cheiro grudado e um cobertor. E então um beijo, inicialmente discreto, mas que cresce a cada segundo. Uma progressão, cada vez mas emocionante, cada vez mais quente. Ah, o calor da mente! Dançam os abraços no sofá. A garganta lutando pelo silêncio, mesmo querendo comemorar.. Uma pausa. Falas ao pé do ouvido, brincadeiras nas orelhas, de nada eu duvido. Pele então arrepia, há como se conter? Então um último beijo, numa parábola de emoção. Deveria ir dormir, mas do que me valiam os sonhos quando a realidade era o paraíso? Perdi o juízo junto a respiração.
o cheiro, memória, me faz refém, perco-me durante o dia sonhando com meu bem. meu? a realidade é um pesadelo, que não consigo evitar, nada me pertenceu amava-te sem pestanejar amava? ainda amo, e por isso sinto muito, não queria estar assim e não te queria mudo mudo? eu não continuo a mesma e acredito que você também. saiba, então, querido, que estarei aqui para apoiar toda sua felicidade e o que for além. Encontrava-me disposta a lutar por ti, mas de nada vale essa guerra se você já a declarou vencida. Ainda és parcela da minha vida, e doi em mim ser incapaz. É um massacre de saudade, de amor e de vontade, com o qual estou a terminar.

perdi

Perdi um amigo Pela minha teimosia Que insiste em ter O outro em companhia. Perdi um amigo Por não saber esperar E diariamente ansiar Por alguma resposta. Perdi um amigo Por amar Sem conseguir ser discreta E seguir em frente. Perdi um amigo para o silêncio, Em março, fim do verão. Ao mesmo tempo, Perdi parte do meu coração. Será que foi em vão?

ciclo

eu caio ele se afasta não deixa passar da casca choro enlouqueço desapareço e me levanto um passo dois solo parece estável reaproxima-se me encanto e nisso sofro eu caio ele se afasta ...

falta em mim

Por mais que mentalmente Eu tente transformar-te Em monstro, Um carrasco, A verdade vem à tona: Não és nada disso. Pode até ser frio, Mas não é malvado, Muito menos cruel. Desculpa, sinceramente, Esse seu ser diferente Não merece tão julgamento. És admirável, em realidade. Então, perdão, Não quero que sinta-se mal Pela minha falsa criação. A bondade mesmo falta em mim Que tento te enxergar assim..

Acordo

Concordastes, Dom Zé, Em seguir em frente Sem, porém, deixar para trás Toda aquela construção. Falácia! Todo mundo conhecido inverteu-se! Não se fala mais em sonhos, Em subjetivismos contentes! Nem pode-se ter a certeza De vosso apoio: Não queres almas carentes! Cansou-se dos tolos! Ironicamente, Dom, Consideras o mínimo Tentativa de retomada. POIS SAIBA, MEU CARO: O MÍNIMO É PARA MIM FACADA! Sinto-me receosa em contar anedotas, Sinto-me covarde por não fazer o que no peito arde! Nós, em presença, só falamos em revoluções. Será que com nosso final morreram Os contos e as canções? Concordastes, Dom Zé, Em continuar abrigo. Sumistes, porém, Ao primeiro perigo! E antes que aponte Em meus dizeres contradição, Saiba que rompi comigo, E quero trocar de coração! É, eu também não consigo, Suportar vosso falar Sem deixar de imaginar Vossa mercê aqui.

Éponine

Os dias mais difíceis são os de chuva. No meu caminho, sozinha, de volta para casa, minha mente divaga em sua própria escuridão. Eu finjo que aqui ele está, segurando-me mais uma vez. Fazendo o tempo passar. Então acordo do devaneio e percebo que nada é assim . Ele se foi. Sem minha presença, o mundo dele continua, segue todas as próprias rotações e translações. Quando nele estou, as coisas também continuam em frente. É quase indiferente. Aqui entra meu soluçar de dor. Sem ele, toda a minha realidade muda, não há poesia em nada, as ruas só guardam estranhos. O que sinto é amor. Mais gotas caem, e eu só, na rua, como Éponine. Assisto aos gracejos, incentivo os desejos e me vou quando já não posso suportar. A sina, minha sina, é essa, caminhar com ele em luta, afastar-me por minha conduta, essa de não conseguir desencantar. Aos menos, se for Éponine, morrei em teus braços. O descanso será um último abraço, seguido de revolução. E com isso, essa dor não terá sido em vão. Sozinha,

falar de tudo

Já tem 1/12, Zé, Que não falamos de tudo. Falamos de pouco, na verdade Algo sobre política, algo sobre realidade. Mas isso não é tudo, É só uma parte. Quero contar, quero falar, Rir sem pestanejar! Mas não posso dar corda, Preciso mudar o assunto, Acabar com a conversa Me poupar os segundos. É, Zé, Sinto falta de tagarelar contigo, Esquecer o horário, Ter riso ambíguo. Perdoe-me, rapaz, Por não conseguir Conversar em paz E deixa partir. me deixar partir. O falar é difícil, Pois nele há sempre memória. História. Calar-me-ei Esperando um fim.

foto

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Vi no retrato saudades E poesia, Nos olhos vontade, Só o que sobrou da alegria. Lá estava ele Ao centro, como de costume, Servindo como ponte Para todo o riso, E tudo que eu conte. A foto, Essa foto, Declara-me culpada: Não escondi do mundo A visão amada. O sorriso estampado na face É a prova de que por ele Revelei meu ser.

neruda

"como pode ser gostar de alguém e esse tal alguém não ser seu?" A vida, meus caros, não poupa ninguém das dores de amor. E percebam que falo isso aos 16. Não quero nem imaginar o que direi aos 66. Talvez seja carma, mas não acho que sou alguém tão cruel assim. Tudo que fiz foi amar profundamente quem me encantou, e tentar não magoar aqueles que não tiveram a mesma sorte. Minha morte. Eu estou tentando me posicionar do outro lado, e entender o que se passa. Ninguém é malvado por não sentir, e ninguém é bom pelo contrário. Questiono-me como virá a ser quando a realidade vier ao meu campo de visão.. Serei condenada ao esquecimento ou a razão? O que tenho certeza é que ainda há muito o que aprender. Serei Neruda daqui pra frente, e amarei em segredo, como algumas coisas devem ser.
Vida normal. Tudo em uma sala. Eu bem estabelecida, tagarelando sem parar. Como sempre. A sala está cheia. Um barulho, um movimento. A porta se abre. É ele. De repente esqueço o que tagarelava e quem já estava ali. É ele. Estremeço. Enlouqueço. Meu olhar está preso, o olfato aguçado. Situação de risco. Olho para os lados, tudo parece igual, mas a realidade é diferente. Ele está ali, mesmo não fazendo parte. Ele está ali, tornando o pensamento em arte. Ele está ali, e nisso perco meu eu. Respiro. Respiro. Nada mais está fazendo sentido. Por que a sala? Por que as pessoas? Por que tagarelar? Olhos prisioneiros. Olfato devoto. Não se pode arriscar. Como sair disso? COMO EVITAR? Um som, aquela voz. Fala de vermelhos com segurança, ri como criança e nada mais pode ser do que lembrança. O que fazer? Congelei. Aqui e no passado. Aqui e na saudade de estar ao teu lado. Congelei. Tento virar a cabeça, mas estou estática. Encantada. Assustada. APAIXONADA. Um último gasto cinético. Port
Não seja rude Nada mais me ilude Quero teu bem Sem nada além Pois sempre foi meu amigo Aquele a estar comigo No amor E na dor O que quer que eu fale Não quero que se cale Pois gosto de ti assim Falando para todos, e para mim Então, faça de bom grado És ainda mui amado Por meu coração de porcelana Que não desencana De olhar para ti Toda vez que ri
A saudade tem sido meu veneno, amargo a boca e ao coração. Quero uma anestesia, um soro renovador. Se pudesse, estaria do outro lado do oceano, em um lugar que não exista o pensamento em você. Aliás, ouvir Tim Maia nunca foi tão torturante. Não adianta pedir pra você voltar. Elis que me perdoe, a fascinação acabou comigo. Jovem, se não posso te ter, ao menos quero ficar de boa. Mas você me provoca e enlouquece. De propósito ou sem perceber. Tentação mesmo é não te beijar toda vez que fala algo inteligente.
Querido, o que você esperava? Eu certamente não contava com isso. Esse furação psicológico, tão desestabilizado quanto o núcleo terrestre. Eu te amo e o medo de te perder, não mais romanticamente, mas de novo, como amigo, me consome lentamente. É verdade, foi minha culpa, não sua. Mas também era o meu coração em risco, não o seu. Eu ferrei tudo, não foi? Não existem meios de esconder o que sinto. Eu gosto sim, e eu queria estar contigo. Um vício? Falta de sanidade? Um tiro no próprio pé? Sinto-me no meio do mar, vendo o farol, mas nunca conseguindo alcança-lo. E não, minha idealização não é perfeita. Eu reconheço os defeitos, porém, mais me valem as qualidades, as que sempre gostei e as que descobri. Você é muito real para pedir que acorde. E eu sinto falta intensamente. Levo broncas por isso, mas deve ser por bem. queria estar abraçando, andando de mãos dadas ou simplesmente telefonando quando me sentisse pedida. Preciso de um mapa.

quatro estaçoes

O sorriso é primavera Discreto, sincero, Dono das rosas em minhas bochechas. O olhar é verão Caloroso, contagiante, Sempre a brilhar Iluminando corpo meu. O cabelo é outono Castanho, bagunçado, Em constante mudança, Apelando sempre por afagos. O coração, porém, é inverno, Racional, distante, Mas disposto a derreter Com abraços constantes.

Razão e Sentimento

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O QUE NOS SEPARA?

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outono

E aqui fica a mais dura das verdades: eu errei em criar expectativa e também errei em achar que as coisas boas se encontrar em inércia. A dor que eu sinto agora não se compara a nada que já tenha passado, e talvez por isso ela e deixe mais forte no final. Eu sinto muito por gostar. Pensamentos ultra-românticos não saem da minha cabeça, e em alguns momentos tudo que eu queria era esquecer temporariamente até me recuperar. Eu quero sumir. Não houveram poesias nem afagos que o fizessem mudar de ideia. Me amou por 3 estações diferentes, uma viagem e vários amassos. Então se foi, repentinamente, e eu fiquei aqui, em meio aos filmes não assistidos juntos, as vontades não ditas e a falta dos abraços. Queria terminar dizendo que não amo, mas não cabem a mim mentiras.

e eu..

A semana inteira Fiquei esperando Um sorriso teu Que lembrasse o porquê Gostava tanto de você. Não tive motivos para ir embora, E muitas saudades eu senti. A verdade é que tristezas estou a viver Na primavera e no outono, Por não saber porque você se foi. Talvez tenha ido descobrir os sete mares, O céu tão lindo, Pra nunca mais voltar. E eu ficarei bem, Pois no final haverá amor sincero Em um lugar qualquer que não exista o pensamento em você.

Playlist dos atuais sentimentos

Devido a uma espécie de bloqueio para poemas, deixarei aqui algumas lembranças do momento em forma de música Phillip Phillips - Gone, Gone, Gone https://youtu.be/oozQ4yV__Vw?list=RDT67QML0eHOs Maysa - Hino ao Amor https://www.youtube.com/watch?v=YLsadvftBk4 The Cure - Friday I'm In Love https://www.youtube.com/watch?v=mGgMZpGYiy8 Tribalistas - Velha Infância https://www.youtube.com/watch?v=zwqrmEMB0wc Titãs - Porque Eu Sei Que É Amor https://www.youtube.com/watch?v=v6h6Hpie7Ao Tim Maia - Você https://www.youtube.com/watch?v=Ubfc7gTH7vo Coldplay - Ink https://www.youtube.com/watch?v=gKM15TaKLUI Jaymes Young - Habits of my heart https://www.youtube.com/watch?v=XafcPTz0454

O Universo ajuda os tolos apaixonados

O Universo ajuda os tolos apaixonados Esses que cantam sem perceber Que sonham acordados Que já não temem morrer O Universo conspira E vira inspiração Aos olhos do bobo de amor Que agora só pensa com o coração