mayara

Mayara era uma das minhas melhores amigas no começo da infância. Brincávamos muito e conversávamos sobre assuntos que cabem a pessoas-velhas-de-sete-anos. A gente gostava das mesmas coisas, mas de forma diferente: Em Scooby-Doo ela revezava o papel de Salsicha ou Scooby com a Alline (a outra melhor amiga) enquanto eu alimentava a minha donzelice sendo a Daphne.
Passamos 3 anos juntas, numa época que ainda não se tem noção de tempo, e então ela teve de se mudar. Foi minha primeira despedida, e rendeu choros em cima de uma foto nossa na formatura do pré.
Até os 11 mantivemos o contato-anual, comparecendo a todos os aniversários e brincando com o mesmo fôlego inicial. E então a gente cresceu.
Crescer trouxe consigo o desaprender das antigas brincadeiras, as novas vidas e prioridades, os "outros" assuntos e as outras personalidades. De repente, Mayara e eu já não nos conhecíamos e nisso havia uma certa comodidade.
Nosso contato seguiu rumo a modernidade, matando a saudade em likes e estando presente em incríveis comentários no Facebook. Não é que a gente não se gostava, só tínhamos ficado no passado uma da outra.
Achava que esse era nosso fado até uns meses atrás, quando de súbito reatamos conversa. Partiu dela, não de mim e me via alegre de um jeito que não recordava.
Mayara e eu marcamos de sair, MARCAMOS DE VERDADE, e entre a retomada e a saída conversamos o mínimo para descobrir o quanto estávamos semelhantes.
A gente cresceu diferente e separada para depois se enxergar parecida.
Eu não esperava nada disso, mas confesso que estou é muito feliz. Quem diria que depois de tanta coisa a gente ainda voltaria a se falar?
Esse texto foi pra agradecer a Mayara, por me mostrar que no final o que é pra ser é, sem coincidências e mágoas inúteis.

Comentários

  1. Por mais atitudes Mayarísticas
    Pensando aqui, a modernidade deixou mais fácil desaparecer do presente das pessoas. Tamanha é a repetição das finalizações em "fade out" que saíram do campo dos vídeos para achar lugar em nossas vidas.

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