aos céus peço
arranque-o de mim
pois enquanto aqui houver ele
haverá sofrimento
e essa dor merece um fim


ah, como eu lamento
por não ser o suficiente
e por não conseguir
abandonar esse presente
preso a um triângulo
fruto do eu carente


perdoai-me, queridos,
não é nada proposital
vê-los reféns
é o grande mal
nos ver fragmentados
como meu próprio coração
faz me querer o voltar no tempo
para que nada seja em vão


como queres estar comigo
se meu eu quer diferente?
acham mesmo que consigo
lidar com isso e a gente?
e quanto a saudade?
as vontades reprimidas?
o que farei com a proximidade
que não pode ser vivida?







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