cazuza

Eu menti para mim por muito tempo, tentando te desvincular de qualquer culpa, mesmo que parcial, mas eu cansei, Zé. Estou exausta desse pesadelo de não saber o que fazer e fingir que está tudo indo bem. Não tá tudo bem, só alguns algos melhoraram, o resto continua como deixamos.
Hoje eu bebi, sorri e dancei, pra ficar feliz por mim e para esquecer o que me incomoda. E como incomoda! Se sentisses 1/3 dessa agonia, é certo que interromperia, pois você não aguenta, Zé! Você não aguenta!
E por mais que o horror de agora não descarte qualquer belo passado, não sei se consigo te perdoar por brincar assim. Primeiro com ela, depois comigo. Sei que não foi em nenhum momento maquiavélico, sei também que as intenções eram as melhores, mas de boas intenções o inferno está farto. E eu também.
Hoje, entre meus risos e quedas, foi ela o apoio e ajuda. Estar ali com um abraço foi um alívio! Há bastante tempo já não a tinha como tive hoje, e dói muito pensar que amanhã já não será assim. A falta dela não é como a sua, de fato. Mas é tão dolorida quanto.
Nesse tempo longe eu vi tanta coisa que não pude te contar, e por um momento eu acreditei conseguir conciliar. Mas não dá, Zé. Você mudou e eu também.
Confesso não saber se sua mudança foi só aos meus olhos, para mim não faz diferença. De encantado só tem as memórias, és tão imperfeito quanto o resto do mundo. Não lamento nenhuma das minhas desilusões, porém. Ver-te humano era o que eu precisava.
Zé, eu sinto muito por ter sido assim, e hoje eu acho que eu que merecia mais. Mais tempo, esforço e até atenção. Não sei em que mundo você vive, mas não existe nenhum compromisso sem algum tipo de redenção.
Talvez não fosse pra ser, não fosse pra durar mais um verão. Não quero mais lamentar por mim.

Se começou com Tim, quando ainda não era primavera e eu não ousava dizer que te amo, quero que termine com Cazuza e a coincidência infeliz que é o amor: a nossa música nunca mais tocou.

Pra que mentir?
Fingir que perdoou?
Tentar ser amigos sem rancor?

A minha emoção não acabou.

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