Sobre a mulher e o esporte
Nunca fui adepta aos esportes, sempre fugi de bolas e arremessos e assumo, com pouquíssima vergonha, que eu levo uma vida bastante sedentária. Assim sendo, acompanho raramente uma partida de vôlei e é bem improvável que me encontrem assistindo finais de campeonatos futebolísticos: não sinto o encantamento do espetáculo.
Dessa forma, quando recebi o convite para um evento com tema " a mulher no esporte ", fiquei curiosa, claro, mas não me vi representada no assunto. E é aí que se encontrava o ponto-chave daquela tarde.
Em tom descontraído, Juca Kfouri contou a mim e a plateia presente, de alunos e professores, relatos que pontuaram o esporte como uma questão que não abrange somente saúde e lazer, mas que também carrega consigo representações de pensamentos presentes na nossa sociedade.
Introduzindo o atual cenário esportivo como um ambiente que se preocupa majoritariamente com " fazer campeões ", ele ressaltou a importância da criação de políticas esportivas, para benefício público (e em minha interpretação, para regulamentação da exploração privada).
A verdade é que ser atleta já não é das tarefas mais fáceis, mas atleta e mulher é ainda mais difícil. Juca contextualizou a sociedade machista e patriarcal em que vivemos e falou com seriedade sobre algo que raramente é levado a sério: a presença feminina no mundo esportivo.
A mulher não cabe no esporte pois " não nasceu para isso "; a mulher não cabe no esporte porque " é delicada demais "; a mulher não cabe no esporte porque " nunca vai entender como os homens ".
Nós, mulheres, encontramos uma barreira a mais no esporte, existente somente por sermos mulheres.
E isso não se restringe às atletas: jornalistas e torcedoras também são sempre vistas como " café com leite ". A mulher só cabe no esporte como bibelô, objeto de desejo, sex appeal. Sua performance pouco importa e vale muito menos do que sua imagem de uniforme.
Explicitar tudo isso fez impossível, até para mim, blasé com esportes, não sentir indignação: o problema é de dimensões sócio-culturais.
Mas então, o que fazer? Como quebrar essa barreira?
Juca deu a resposta sem pestanejar: Educação.
Educação esta que fortalece as novas gerações para luta, que instiga pensamentos, que abre representatividades e que é capaz de cobrar políticas inclusivas, que busquem igualdade.
Já é tempo de mudar.
Ao final do evento, não saía de minha cabeça uma frase dita por Juca: " futebol não é fator de alienação, mas sim de mobilização social. "
Precisamos dessa mobilização. É incabível que meninas não se sintam confortáveis no mundo esportivo, porque este não as quer.
Eu, a distante do mundo esportivo, saí da sala com a cabeça trabalhando: nunca imaginei que falar em esporte fosse algo de tamanha importância.
Dessa forma, quando recebi o convite para um evento com tema " a mulher no esporte ", fiquei curiosa, claro, mas não me vi representada no assunto. E é aí que se encontrava o ponto-chave daquela tarde.
Em tom descontraído, Juca Kfouri contou a mim e a plateia presente, de alunos e professores, relatos que pontuaram o esporte como uma questão que não abrange somente saúde e lazer, mas que também carrega consigo representações de pensamentos presentes na nossa sociedade.
Introduzindo o atual cenário esportivo como um ambiente que se preocupa majoritariamente com " fazer campeões ", ele ressaltou a importância da criação de políticas esportivas, para benefício público (e em minha interpretação, para regulamentação da exploração privada).
A verdade é que ser atleta já não é das tarefas mais fáceis, mas atleta e mulher é ainda mais difícil. Juca contextualizou a sociedade machista e patriarcal em que vivemos e falou com seriedade sobre algo que raramente é levado a sério: a presença feminina no mundo esportivo.
A mulher não cabe no esporte pois " não nasceu para isso "; a mulher não cabe no esporte porque " é delicada demais "; a mulher não cabe no esporte porque " nunca vai entender como os homens ".
Nós, mulheres, encontramos uma barreira a mais no esporte, existente somente por sermos mulheres.
E isso não se restringe às atletas: jornalistas e torcedoras também são sempre vistas como " café com leite ". A mulher só cabe no esporte como bibelô, objeto de desejo, sex appeal. Sua performance pouco importa e vale muito menos do que sua imagem de uniforme.
Explicitar tudo isso fez impossível, até para mim, blasé com esportes, não sentir indignação: o problema é de dimensões sócio-culturais.
Mas então, o que fazer? Como quebrar essa barreira?
Juca deu a resposta sem pestanejar: Educação.
Educação esta que fortalece as novas gerações para luta, que instiga pensamentos, que abre representatividades e que é capaz de cobrar políticas inclusivas, que busquem igualdade.
Já é tempo de mudar.
Ao final do evento, não saía de minha cabeça uma frase dita por Juca: " futebol não é fator de alienação, mas sim de mobilização social. "
Precisamos dessa mobilização. É incabível que meninas não se sintam confortáveis no mundo esportivo, porque este não as quer.
Eu, a distante do mundo esportivo, saí da sala com a cabeça trabalhando: nunca imaginei que falar em esporte fosse algo de tamanha importância.
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