Vida normal. Tudo em uma sala. Eu bem estabelecida, tagarelando sem parar. Como sempre. A sala está cheia.
Um barulho, um movimento. A porta se abre. É ele. De repente esqueço o que tagarelava e quem já estava ali. É ele.
Estremeço. Enlouqueço. Meu olhar está preso, o olfato aguçado. Situação de risco. Olho para os lados, tudo parece igual, mas a realidade é diferente. Ele está ali, mesmo não fazendo parte. Ele está ali, tornando o pensamento em arte. Ele está ali, e nisso perco meu eu.
Respiro.
Respiro.
Nada mais está fazendo sentido. Por que a sala? Por que as pessoas? Por que tagarelar?
Olhos prisioneiros. Olfato devoto. Não se pode arriscar. Como sair disso? COMO EVITAR?
Um som, aquela voz. Fala de vermelhos com segurança, ri como criança e nada mais pode ser do que lembrança. O que fazer?
Congelei. Aqui e no passado. Aqui e na saudade de estar ao teu lado. Congelei.
Tento virar a cabeça, mas estou estática. Encantada. Assustada. APAIXONADA.
Um último gasto cinético. Porta abre. Ele sai. Ele se foi. Eu fiquei. Triste realidade.
Respiro.
Respiro.
Volto a tagarelar.



Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Tudo ou nada

Descompromissado