história inundada

há um tempo o mundo inteiro parecia ter assumido chuva como um bom sinal. limpeza, recomeço. pu-ri-fi-ca-ção. gota por gota, um alívio, um suspiro, que umedeceria a terra num plano constante de fertilidade e rendimento. os dias bons eram os de altos níveis pluviométricos, com lágrimas esperançosas de um céu azul. mas aí o choro não parou, ficou gotejando sem cansar, enchendo, alagando, trans-bor-dan-do, e a sinalização de sorte virou presságio de morte. dilúvio. a-f-o-g-a-m-e-n-t-o. e nem eu, nem você, sabíamos nadar. o nível foi subindo, subindo e subindo. morri afogada e a água parou antes do seu nariz.

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