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bomba-relógio

Estalar do relógio quando já se ensurdeceu pelo tic-tac do coração. Bomba. Bomba-relógio. E sangue. E não dorme porque teme, treme e pulsa. O veneno é a saudade, estremecendo todas as pontas, irrigando extremidades até que o peito fique vazio. Um badalar no músculo é fadiga, talvez câimbra. Falta ele, potássio e engrenagem. Pernas juntas, meia-noite: entre os pulmões, sede.

Tudo ou nada

O silêncio é temerariamente tido como resposta, o que machuca e sensibiliza o ego. Parece um telefonema: o outro lado da linha atende, mas não coloca no ouvido - e sim fora do gancho. Mas essa não é a verdade, é sensação mascarada por uma ansiedade que me acompanha como sombra, cor e tamanho oscilante conforme a luz que me cobre. A realidade, no que está em meu alcance, sou eu com medo do silêncio que - até que se prove o contrário - não é nada.