meio termo

o equilíbrio entre os tudos e nadas, o momento presente - contemplativo - vazio entre o ser e o vir a ser. uma pancada forte, desnorteadora. e me deu vontade de telefonar, de dizer que estou com saudades, pois o tempo parecia infinitamente pequeno pra persistir nas pontas, na extremidade restritiva do agir. e o "me equilibrar" era pensar em cada abraço, mandar um áudio para a vovó, começar uma conversa com quem guarda em comum nada além de uma dor incomoda de coração partido no meio de um pico de serotonina. eu ando na corda entre a entrega desmedida e a contenção milimetricamente planejada e isto é dizer que talvez eu queria conversar depois contigo, que mamãe tá certa e que o tempo tá passando. escolher e abdicar, não é perder - um deixar fluir inevitável. deliciosamente inevitável, inevitavelmente fluído e por fim, começo. o outro desequilibrado precisamente compensado, ou melhor, complementando, o eu que também pende. pendurada num nada, com o tudo pra me segurar.

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