Frida e Diego

Cabeça alinhada ao peito. Meu peito. O coração pulsando quase que diretamente no seu ouvido - quase porque há pele, músculos, separando um do outro - num ritmo de espaçada calmaria. Minha mão dança nas suas costas, dedos brincam entres os fios grossos, negros, que contrastam com a brancura deste rosto. E tá tudo bem, bem. As pernas em flor, desabrochadas, o corpo no meio, peso, cheiro e tato. Na infinitude desses minutos, a gente se sintoniza e eu me transporto para o lugar de bem querer que cola pelo e peito, boca e coxa, braço e tronco.
Entre os laços dos meus próprios braços eu me sinto pequena. Mas não é sinônimo de fragilidade nem um ser desproporcional. Eu completo o quadro e, junto a sua medida, grande, balanceio a emoção. Um retrato bonito no espelho do elevador, na minha cabeça: Frida pintando a si e a ele. "Frieda e Diego Rivera".

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