Os dias mais difíceis são os de chuva. No meu caminho, sozinha, de volta para casa, minha mente divaga em sua própria escuridão. Eu finjo que aqui ele está, segurando-me mais uma vez. Fazendo o tempo passar. Então acordo do devaneio e percebo que nada é assim . Ele se foi. Sem minha presença, o mundo dele continua, segue todas as próprias rotações e translações. Quando nele estou, as coisas também continuam em frente. É quase indiferente. Aqui entra meu soluçar de dor. Sem ele, toda a minha realidade muda, não há poesia em nada, as ruas só guardam estranhos. O que sinto é amor. Mais gotas caem, e eu só, na rua, como Éponine. Assisto aos gracejos, incentivo os desejos e me vou quando já não posso suportar. A sina, minha sina, é essa, caminhar com ele em luta, afastar-me por minha conduta, essa de não conseguir desencantar. Aos menos, se for Éponine, morrei em teus braços. O descanso será um último abraço, seguido de revolução. E com isso, essa dor não terá sido em vão. Sozinha,...