Mayara era uma das minhas melhores amigas no começo da infância. Brincávamos muito e conversávamos sobre assuntos que cabem a pessoas-velhas-de-sete-anos. A gente gostava das mesmas coisas, mas de forma diferente: Em Scooby-Doo ela revezava o papel de Salsicha ou Scooby com a Alline (a outra melhor amiga) enquanto eu alimentava a minha donzelice sendo a Daphne. Passamos 3 anos juntas, numa época que ainda não se tem noção de tempo, e então ela teve de se mudar. Foi minha primeira despedida, e rendeu choros em cima de uma foto nossa na formatura do pré. Até os 11 mantivemos o contato-anual, comparecendo a todos os aniversários e brincando com o mesmo fôlego inicial. E então a gente cresceu. Crescer trouxe consigo o desaprender das antigas brincadeiras, as novas vidas e prioridades, os "outros" assuntos e as outras personalidades. De repente, Mayara e eu já não nos conhecíamos e nisso havia uma certa comodidade. Nosso contato seguiu rumo a modernidade, matando a saudade em ...